Saturday, October 24, 2009

1
bebo o suor do teu corpo assim
sofregamente, assim mesmo
como vida, como água
sem esquecer que como tu não há
(nem saberia eu dizê-lo)
outra igual àquela que bebo e se me dá

2
bebo o suor do teu corpo assim
como respiro o mesmo ar
que nos envolve e que nos separa
são suspiros meus, ar nosso
são arrepios teus no meu
corpo suado, como posso?
(não querer mais, não poder)

3
são telas vazias onde escreves
o que eu faço, o que eu digo
onde juntos estamos e bebes
a água que evaporamos, eu contigo