Monday, March 27, 2006

O amor

Olhei-te mais uma vez, para te encontrar sentada diante de um cartaz, perdida em pensamentos que eu sei serem só teus, e, calmamente, abrindo uma folha de papel que te deixei nas mãos, antes de fugir.

O cartaz que tens à frente anuncia uma exposição num museu que não se insere em noções de espaço ou tempo, apenas na mente das pessoas, museu esse, que apenas cobra entrada a quem tu quiseres, pois as pessoas vão a esse antro de cultura apenas para te ver. És tu a exposição. És tu o quadro, onde artistas há muito esquecidos pintaram a vida, o sentido da vida.
O amor.
O amor é esse desenho que tens pintado nas costas, nos braços, nas pernas, em todo o teu ser. O amor é eu querer ficar contigo, até a exposição fechar, até o empregado do museu me mandar embora, até tu me mandares embora. O amor sou eu e tu, será preciso repetir?

Abres a folha que te dei, para leres numa só linha,
“Não deixes que me levem, vou guardar-te um bocadinho da minha vida”

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