street- um estado de espírito
Podias ser um bocado mais condescendente. Hoje tirei o dia para ti, e tu não ajudas. Complicas as situações, fazes-me falhar, fazes-me cair e achas piada. Fazes tudo isto e continuas a não querer ajudar.
Às vezes até compreendo, fico com confiança a mais e admito que a culpa é minha quando não cumpro com objectivos impostos, um pouco severos para quem só anda nisto há dez meses. Caramba, hoje podias não ter escorregado no skate park, podias ter-te equilibrado na rede dos pescadores, podias ter voado mais nas escadas do molhe.
Será que procuro em ti falhas para desculpar os meus erros? Somos o que evoluímos. Somos o melhor que conseguimos dar. Essa é a verdade. A pessoa comum não consegue perceber a alegria, o contentamento que é quando aprendemos manobras novas, ou quando algo fica excepcionalmente bem, como esta fotografia. Essa é a beleza deste desporto, a constante evolução até ao dia em que entrarmos em perfeita sintonia um com o outro, e com a paisagem urbana, o dia em que eu e tu seremos capazes de pôr a cidade aos nossos pés, os elementos urbanísticos que no seu conjunto compõem um spot, toda essa maravilha de inventar linhas novas, anteriormente impossíveis, ou simplesmente nunca postas em causa.
Até esse dia seremos apenas mais uns, mais uns que tentam o que poucos conseguem – o estatuto de “deus do Street” só alcançado por uns poucos riders, lendas como Aaron Chase, Jeff Lenosky, Chris Donahue ou toda a equipa da 24 Bicycles que, com belezas iguais à minha, “shred the streets to pieces”.
2 Comments:
gostei da maneira como combinaste a tua paixão pelas bikes, com a amizade que sei que tens para com os teus amigos. é o teu primeiro post e sei que ainda vão chegar muitos sempre uns melhores que os outros. parabens milk e continua, quero mais...
só eu e tu sabemos... só eu e tu é que percebemos a sensação que nos invade quando, a seguir às aulas e após cinco ou seis segundos passados a admirar aquilo a que chamamos o nosso bem mais precisoso (apesar de todos os defeitos que lhe depositamos quando caímos!), montamos as nossas bikes e andamos a passear com ela, mesmo sem fazer nada, simplesmente a apreciar o barulho dos pneus em contacto com o alcatrão, o brilho do sol reflectido no quadro ou a suavidade do nosso travão. Podem-lhe chamar loucura, estupidez, podem dizer que estou senil. O facto é que isto não é senilidade, é paixão. Abraço Leite
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